Apesar do interesse antigo da Psicologia pela maternidade, mais especificamente pelos efeitos da relação mãe-criança no desenvolvimento infantil, os estudos sobre a infertilidade só começaram a ganhar visibilidade na década de 50.
Stanton e Dunkel-Schetter (1991) fizeram uma revisão de literatura e encontraram três modelos psicológicos de infertilidade.
Até a década de 70, predominou o primeiro modelo, que focalizava as causas da infertilidade e a conceitualizava como doença psicossomática, que atingia principalmente as mulheres. Baseados em pressupostos psicodinâmicos, os pesquisadores da época atribuíam esses mecanismos psicogênicos a conflitos relacionados ao papel materno, a problemas com a identidade sexual feminina, à imaturidade feminina e à neurose.
As pesquisas geradas por este modelo objetivavam demonstrar diferenças entre: mulheres férteis e inférteis, tanto na estrutura da personalidade como no padrão emocional; mulheres cuja infertilidade tinha causa orgânica e mulheres cuja infertilidade não podia ser explicada organicamente; e mulheres consideradas inférteis que conseguiam engravidar posteriormente e aquelas que não conseguiam.
Contudo, os autores que se dedicaram a psicogênese da infertilidade “...concluíram que a maioria dos estudos não revela evidências consistentes ou que causem maior impressão sobre as causas psicológicas da infertilidade”.
A concepção de que os conflitos emocionais apresentados por casais inférteis seria uma conseqüência do problema e não sua causa começa a fortalecer como decorrência do avanço das técnicas de diagnóstico médico e da diminuição do interesse pelo modelo psicogênico.
Voltados principalmente para o domínio da intervenção e preocupados com a qualidade do atendimento aos casais que passavam por essa experiência, profissionais da área propõem um segundo modelo, que conceitualiza a infertilidade como uma das principais crises de vida, onera recursos pessoais, e traz à tona importantes problemas do passado não resolvidos, produzindo uma seqüência previsível de padrões emocionais.
O terceiro modelo, analisa a infertilidade a partir dos estudos sobre estresse e é assim descrito por Stanton e Danoff-Burg(1996, p.273):
“...conceitualiza a infertilidade como uma experiência potencialmente estressante e utiliza teorias psicológicas estabelecidas para identificar as condições sob as quais aqueles que se confrontam com a infertilidade são vulneráveis a uma extrema angústia e a uma ruptura em sua vida ou têm maior probabilidade de mostrar um funcionamento adaptativo.”
As pesquisas geradas por este último modelo têm se preocupado em descrever e analisar os indicadores que facilitam ou dificultam o ajustamento à situação, considerando também a relação dos sujeitos com a paternidade e maternidade.
O quadro atual das pesquisas sobre infertilidade feminina mostra efeitos psicológicos múltiplos e inter-relacionados, abrangendo desde aqueles propriamente pessoais como estresse, sentimentos de perda e o comprometimento da auto-estima, até as dificuldades para o relacionamento conjugal, implicando mesmo em prejuízo para o relacionamento social mais extenso. By Gabriella Sampaio
Até a década de 70, predominou o primeiro modelo, que focalizava as causas da infertilidade e a conceitualizava como doença psicossomática, que atingia principalmente as mulheres. Baseados em pressupostos psicodinâmicos, os pesquisadores da época atribuíam esses mecanismos psicogênicos a conflitos relacionados ao papel materno, a problemas com a identidade sexual feminina, à imaturidade feminina e à neurose.
As pesquisas geradas por este modelo objetivavam demonstrar diferenças entre: mulheres férteis e inférteis, tanto na estrutura da personalidade como no padrão emocional; mulheres cuja infertilidade tinha causa orgânica e mulheres cuja infertilidade não podia ser explicada organicamente; e mulheres consideradas inférteis que conseguiam engravidar posteriormente e aquelas que não conseguiam.
Contudo, os autores que se dedicaram a psicogênese da infertilidade “...concluíram que a maioria dos estudos não revela evidências consistentes ou que causem maior impressão sobre as causas psicológicas da infertilidade”.
A concepção de que os conflitos emocionais apresentados por casais inférteis seria uma conseqüência do problema e não sua causa começa a fortalecer como decorrência do avanço das técnicas de diagnóstico médico e da diminuição do interesse pelo modelo psicogênico.
Voltados principalmente para o domínio da intervenção e preocupados com a qualidade do atendimento aos casais que passavam por essa experiência, profissionais da área propõem um segundo modelo, que conceitualiza a infertilidade como uma das principais crises de vida, onera recursos pessoais, e traz à tona importantes problemas do passado não resolvidos, produzindo uma seqüência previsível de padrões emocionais.
O terceiro modelo, analisa a infertilidade a partir dos estudos sobre estresse e é assim descrito por Stanton e Danoff-Burg(1996, p.273):
“...conceitualiza a infertilidade como uma experiência potencialmente estressante e utiliza teorias psicológicas estabelecidas para identificar as condições sob as quais aqueles que se confrontam com a infertilidade são vulneráveis a uma extrema angústia e a uma ruptura em sua vida ou têm maior probabilidade de mostrar um funcionamento adaptativo.”
As pesquisas geradas por este último modelo têm se preocupado em descrever e analisar os indicadores que facilitam ou dificultam o ajustamento à situação, considerando também a relação dos sujeitos com a paternidade e maternidade.
O quadro atual das pesquisas sobre infertilidade feminina mostra efeitos psicológicos múltiplos e inter-relacionados, abrangendo desde aqueles propriamente pessoais como estresse, sentimentos de perda e o comprometimento da auto-estima, até as dificuldades para o relacionamento conjugal, implicando mesmo em prejuízo para o relacionamento social mais extenso. By Gabriella Sampaio
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