sábado, 10 de janeiro de 2009

A infertilidade




A infertilidade causa grande impacto emocional sobre o casal. A habilidade de conceber e gestar uma criança está relacionada a conceitos de feminilidade e masculinidade, simbolizando o ciclo da vida e, mais do que o casamento, a entrada na vida adulta, com todas as responsabilidades que isso acarreta. Os casais que experienciam dificuldades para engravidar passam por uma série de sentimentos, os quais podem ser categorizados em depressão, culpa, isolamento social e raiva.
A infertilidade pode ser uma experiência dolorosa para os casais. A maternidade é vista por grande parte das mulheres como um papel a ser desempenhado. Assim, quando existem dificuldades para conceber, surgem sentimentos de desvalia, baixa auto-estima e falha como ser humano. Quando fatores masculinos de infertilidade são diagnosticados, também os homens experimentam sentimentos de baixa auto-estima e com freqüência se sentem menos “viris” (Passos, 2007).
Além disso, quando um casal é diagnosticado como infértil, ocorre uma perda de controle sobre suas vidas. Em nossa cultura ocidental, acredita-se que tudo o que se quer será conseguido se houver empenho e trabalho. Subitamente, surge uma condição em que isso não se aplica, gerando sentimentos de frustração e impotência.
Sabe-se que os tratamentos para infertilidade podem ser física, emocional e financeiramente estressantes para o casal. É importante um suporte psicológico adequado, realizado por especialistas que acompanhe toda essa trajetória juntamente com o casal, ajudando-os a entender as várias etapas dos procedimentos. A maioria dos serviços de reprodução assistida disponibiliza profissionais da área da saúde mental para esse acompanhamento.
É importante explicitar algumas orientações que devem ser dadas aos casais inférteis no sentido de minorar o estresse que estão vivenciando. Essas medidas incluem: Manter sempre um canal aberto de comunicação com seu parceiro; Procurar suporte psicoterápico, grupos de apoio e literatura especializada; utilizar técnicas de redução do estresse, como meditação, ioga; evitar o consumo excessivo de cafeína e outros estimulantes; praticar exercício regularmente para aliviar a tensão física e emocional; ler e informar-se a respeito de infertilidade e opções de tratamento.
Os familiares também podem e devem ajudar, reforçando a importância do casal dentro das relações familiares e perguntando como eles gostariam que a questão da infertilidade fosse manejada pela família, de forma que essas decisões sejam respeitadas.

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